quarta-feira, 19 de junho de 2013

A Noite e o Sobressalto

Autor: Pedro Medina Ribeiro
Título: A Noite e o Sobressalto
Editora: Oficina do Livro
Ano: 2010
Páginas: 181

A Noite e o Sobressalto é uma colectânia de sete contos de mistério com elementos do sobrenatural e de horror. Os contos são todos bastante diferentes e bastante interessantes de acordo com as temáticas em questão. Curiosamente, este contos fazem-me lembrar os contos de Sheridan Le Fanu e as suas confissões ao escrever com temor de não estar à altura da descrição dos acontecimentos ou ainda pelos temas abordados. A escrita é prazenteira, acessível e as histórias lêem-se num ápice. Confesso que lia mais uns quantos contos deste tipo, por gostar imenso dos temas aboraddos, mas principalmente pela forma como o autor aborada o aassunto, desenvolve rapidamente e termina deixando a história aem aberto ou como encerra a história, sempre de forma diferente, bem ao género das antigas histórias góticas que envolviam o sobrenatural ou das antigas lendas de mistério assustadoras.

De uma forma geral os contos são bastante satisfatórios, sendo os meus preferidos "Post Mortem", "O Caminheiro", "A Séance" e "Mandrágora" exactamente por esta ordem. Os mais fracos são "A Herança", que poderia ser mais bem trabalhado e "A Face Obscura da Lua", que apesar de ter uma forte componente saguinária, também poderia ter sido melhor elaborado. Desta forma, fiquei com vontade de ler o outro livro do autor, o romance O Diletante e a Quimera.

"A Séance"
No primeiro conto viajamos até Berlim para uma sessão de espiritismo com consequência tenebrosas e revelações supreendentes. Este primeiro conto coloca em oposição o racional e as forças sobrenaturais, acabando com uma vingança interessante.

"A Face Obscura da Lua"
Este conto leva-nos até Praga e arredores, onde descobrimos um monstro terrível e cenas e imagens absolutamente assutadoras. Com uma forte componente do antigo romance gótico, onde havia criaturas atrozes em aldeias pequenas com mansões e propriedades grandes nos arredores, o leitor é transportado para o mundo dos monstros com alguma consciência. Creio que podia ter sido mais bem elaborado, mas as mortes e o sangue compensam em terror e horror.

"O Caminheiro"
O conto remonta às lendas e fábulas de antigamente, a uma figura mitológica que aterrorizava os viajantes solitários. Talvez seja o mais ambiguo por nunca chegarmos a saber ao certo de que forma o caminheiro sugava a energia aos viajentes, podendo ser através de feitiços, do toque ou de alguma espécie de veneno ou ainda pelas três. Termina de forma surpreendente e inesperada.

"Mandrágora"
Aqui, vamos a tempos idos, onde a religião e a caça às bruxas e aos objectos de bruxaria inperavam num ciclo vicioso, onde a punição por possuir elementos ligados à bruxaria era a morte. De forma curta e concisa, o autor conta como este ciclo vicioso acontece.

"Post Mortem"
O leitor viaja até ao Alentejo profundo para testemunhar conversas estranhas e visões persistentes. Confesso que este conto é o meu preferido, exactamente pela forma como termina, misturando a loucura e o suícidio num ciclo vicioso, onde haverá sempre uma próxiam vitima.

"O Monstro Marinho"
Este pequeno conto remonta ao antigo mundo da mitologia grega relacionada com monstros marinhos. É pequeno e, apesar de não ser o melhor conto, tem o essencial, acabando de forma inesperada.

"A Herança"
Neste último conto vamos até Londres, ao mundo dos negócios maritimos e a maldições dificeis de quebrar. O elemento sobrenatural aqui é poderosa maldição com poder suficiente para atingir várias embarcações comerciais. O conto tem também uma parte racional, lógica e prática dos acontecimentos e lida com as dificuldades de acreditar em tais possibilidades sobrenaturais. Este conto, que também é o mais lomgo, é o que podia ter sido mais bem trabalhado a nível da escrita.

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